Sistema S sofre com desinformação sobre seu papel
Generalizações e suposições têm levado mais à desinformação e à injustiça do que à compreensão sobre o Sistema S e o papel das suas instituições.
O SEST (Serviço Social do Transporte) e o SENAT (Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte) são a terceira geração do Sistema S. Foram criados nos anos 1990, em plena redemocratização, para atender a demandas de um país em acelerado processo de urbanização, cuja economia se abria e se diversificava.
O SEST SENAT é reflexo desse Brasil urbano, instruído e aberto, sem caixa preta, onde as organizações devem ser austeras, enxutas e transparentes.
Em 25 anos, somamos 148 unidades em todo o país e mais de 126 milhões de atendimentos. Em 2018, foram 10,6 milhões de atendimentos, crescimento de 22% em relação a 2017. Para autônomos, como os caminhoneiros, e para trabalhadores de empresas, inclusive familiares, é tudo gratuito. Não procede a informação de que haveria cobrança.
Todos os imóveis do SEST SENAT são produtivos. Algumas unidades operam em comodato com postos de combustíveis localizados à beira de rodovias. A média é de 48 empregados por unidade, contando todo o corpo técnico de dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas e instrutores de formação profissional.
A única ostentação são os 600 cursos presenciais e a distância. A única opulência é a sempre cheia agenda de serviços de saúde. A única sofisticação são os simuladores de direção e as tecnologias de ponta à disposição dos trabalhadores. O resto é lenda.
Falamos SEST SENAT, sem artigos nominais, porque as duas entidades funcionam integradas e compartilham desde espaço físico até equipes de gestão. Dessa forma, é mais barato, mais eficiente e evita duplicidade de esforços na gestão e na elaboração de conteúdos didáticos.
Os serviços estão concentrados no essencial para que possam ser ofertados em grande escala. Na saúde, há prevenção contra: doenças da coluna, uso de drogas, excesso de peso e problemas dentários. Na formação profissional, são oferecidos cursos obrigatórios e capacitações.
Não cabe ao SEST SENAT investir em ensino fundamental, que é função do Estado, ou em ensino superior, ofertado, principalmente, pelo mercado. Também não faz sentido gastar em patrocínios esportivos e culturais. Não fazemos isso.
O SEST SENAT não faz arrecadação direta. O orçamento de cerca de R$ 850 milhões ao ano é arrecadado exclusivamente pela Receita Federal, que retém 2,5% das empresas e dos transportadores autônomos.
O SEST SENAT não investe em patrimônio imobiliário, nem repassa recursos para sindicatos estaduais. Por outro lado, investe em tecnologia, inovação e ampliação dos serviços. Até 2021, atingiremos 206 unidades em funcionamento em todo o país.
Em respeito ao acórdão do Tribunal de Contas da União - TCU que trata da transparência no Sistema S, os dados detalhados do SEST SENAT estão disponíveis em: sestsenat.org.br/transparencia. Há anos, temos Auditoria Interna Permanente e política de governança corporativa.
Muito tem sido falado sobre salários no Sistema S. As folhas de pagamento mostram que, no SEST SENAT, a média salarial acompanha o mercado regional onde suas unidades estão instaladas, enquanto a contratação de pessoas é feita em processos seletivos públicos, conforme orientam os órgãos de controle.
O SEST SENAT é um sólido patrimônio dos trabalhadores, das empresas e da sociedade brasileira.
Estamos abertos ao diálogo com o governo para a construção de soluções. O ponto de partida deve ser a preservação das conquistas e o respeito ao passado. Essa é a base para a geração de empregos e a retomada da economia na intensidade que o Brasil exige. Essa bandeira também é nossa.
Artigo publicado pelo presidente dos Conselhos Nacionais do SEST e do SENAT e da CNT (Confederação Nacional do Transporte), Clésio Andrade, no jornal Folha de S.Paulo, nesta segunda-feira (4)
Fonte: Agência CNT de Notícias
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