O preço médio da gasolina nos postos de combustíveis do Brasil avançou pela quinta semana consecutiva e superou pela primeira vez a marca de R$ 6 por litro, segundo levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) publicado na sexta-feira (3). Em alguns postos, o litro do combustível está sendo comercializado por mais de 7 reais.
De acordo com a ANP, a cotação média da gasolina comum nas bombas atingiu R$ 6,007 por litro na semana, o que representa uma alta de 0,41% em relação à anterior. O valor é o mais alto desde maio de 2004 tanto em termos de preço na bomba (valor nominal pago pelo consumidor), como de preço ajustado pela inflação do período. Também foram registrados aumentos no preço do etanol e do diesel.
Em meio às altas, a Petrobras iniciou na sexta (3) uma campanha publicitária sobre a formação do preço da gasolina vendida nos postos. As mensagens afirmam que a estatal, principal empresa de combustíveis do país, recebe R$ 2 do valor de venda da gasolina nas bombas, e destacam que outros fatores incidem sobre o preço final, como o ICMS, outros tributos e as margens de distribuição e revenda. O presidente Jair Bolsonaro protocolou ma sexta (3) uma ação no Supremo Tribunal Federal para uniformizar a alíquota de ICMS que incide sobre os combustíveis em todos os estados. Pressionado pelos sucessivos aumentos, Bolsonaro tem culpado os governadores e a tributação estadual pelo preço final da gasolina.
Dados da ANP de janeiro a abril de 2021, no entanto, mostram que o fator que mais pesou no aumento não foi o ICMS, mas os reajustes da Petrobras. Os percentuais do imposto ficaram estáveis no período, enquanto a parcela paga às refinarias aumentou. Isso acontece porque a Petrobras adota, desde 2016, uma política de preços que atrela o valor cobrado no Brasil aos praticados no mercado internacional, em dólar. Em 2021, o barril de petróleo está em alta, enquanto o real segue desvalorizado perante a moeda estrangeira.
Grupos de oposição a Bolsonaro colocaram faixas com a frase "R$ 7/litro de setembro" na sexta-feira (3) em pontos de grande movimento nas cidades de Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. Misturando o preço mais alto da gasolina com o feriado nacional, o trocadilho faz referência aos atos bolsonaristas de cunho golpista marcados para o Dia da Independência e propagandeados pelo próprio presidente.
Fonte: Nexo
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