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Na virada deste século algumas tecnologias para veículos comerciais começaram a desembarcar por aqui, sendo a transmissão automatizada a inovação que mais ganhou popularidade para quem opera com caminhões estradeiros. Graças às fabricantes suecas Scania e Volvo, hoje as caixas inteligentes ocupam praticamente 100% dos veículos pesados vendidos no Brasil.


A busca pela otimização do negócio e deixar a frota mais equalizada têm levado cada vez mais os transportadores a adquirem frotas de caminhões equipados com a transmissão inteligente. Isso porque seus benefícios são vários, sendo a redução do consumo de óleo diesel um dos argumentos. Contudo, além do combustível há empresas que destacam a redução do tempo da viagem, a segurança e o menor desgaste do caminhão – já que com a transmissão é menor a interferência do motorista.


Antonio Ademir Torres, gerente de transporte e logística da Ultra Serviços de Transporte, braço logístico do Grupo Ultra, explica que a redução no consumo de diesel dos modelos automatizados chega a 10% frente aos modelos manuais. “Varia muito de acordo com o perfil do motorista e da rota, mas certamente há ganhos”, reforçou. Os caminhões da empresa rodam em média 25.000 quilômetros por mês e os motoristas passam cerca de quatro dias em viagem.


A empresa produz e distribui itens de plástico descartáveis, tais como copos, bandejas, talheres, na região Nordeste e procurou operar com caminhões que atendessem sua demanda e que fossem econômicos. Por ter experiência com modelos manuais e automatizados, nessa ampliação a opção recaiu sobre modelos com caixas inteligentes.



Já o diretor de logística da Seara Agronegócio, Afonso Mariano, destaca a disponibilidade dos veículos como um dos pontos positivos. Ele explica que a empresa faz questão que todos os veículos possuam caixa automatizada porque além da redução com manutenção de itens ligados à caixa, houve redução de pequenos acidentes causados por falta de atenção.


Todos os 196 caminhões da frota stêm transmissão automatizada e rodam pelas regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste, podendo trafegar até 2.500 km no transporte de grãos com bitrens e rodotrens basculantes e graneleiros. “Para nós o maior ganho foi em velocidade média. Uma viagem de Londrina a Paranaguá, que antes era feita em 11h30, com a transmissão manual fazemos em 10h00. Isso é um ganho de produtividade”, explicou.



EQUIPANDO A FROTA BRASILEIRA


As transmissões automatizadas começaram a chegar ao Brasil em 2001, quando a Scania, pioneira, trouxe a primeira geração da Opticruise. O modelo era opcional, caro, e equipava apenas os caminhões rodoviários da linha R. Em 2003, foi a vez da Volvo introduzir a I-Shift.

Para nacionalizar o produto, a Volvo desenvolveu um trabalho forte com as equipes de vendas e marketing para provar aos seus clientes os benefícios da transmissão automatizada na operação e na frota. Em 2006 os números começaram a provar que o transportador havia aceitado o componente, tanto que na época ela já representava 50% das vendas dos FH produzidos.


A Mercedes-Benz, por sua vez, também aderiu à tecnologia e passou a produzir os rodoviários Axor montados de série com a Powershift, assim como suas versões Premium Actros. Logo a MAN também apresentou sua linha Premium TGX equipada de série com a TipMatic e em seguida acrescentou as transmissões ZF nos caminhões Constellation.

A Iveco, que já oferecia a opção do câmbio automatizado no Stralis, tornou item de série com a chegada do Stralis Hi-Way. E a Ford não ficou para trás e seus primeiros pesados Cargo 2042 e Cargo 2842, têm a caixa automatizada, estendendo também para algumas versões de caminhões semipesados.


Fonte: O Carreteiro

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