A quantidade de roubos de carga no Brasil sempre foi motivo de preocupação para caminhoneiros e transportadores. Nos últimos anos as estatísticas mostram que o setor logístico teve que conviver com perdas elevadas, e, em contrapartida, passou a buscar soluções para diminuir os prejuízos, principalmente com a ajuda da tecnologia.
Hoje, soluções de gerenciamento de risco de frotas e gestão de risco no transporte de cargas são fundamentais. Aparelhos como iscas eletrônicas e sistemas como a telemetria avançada vêm colaborando não só para uma maior segurança do segmento, mas, e principalmente, para recuperação das cargas em muitos casos.
O último levantamento divulgado pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) aponta que, em 2020, o Brasil registrou 14.159 ocorrências de roubos de carga. O documento, que é divulgado desde 1998, se baseia em dados de fontes formais e informais para desnudar o cenário do país nessa questão.
A estatística do ano passado mostra uma queda de 23% em relação a 2019, porém, os prejuízos computados são da ordem de R$ 1,2 bilhão, o que demonstra um contexto que precisa ser combatido.
Os produtos mais visados pelos criminosos são alimentícios, combustíveis, farmacêuticos, autopeças, têxteis, cigarros, eletrônicos, bebidas e defensivos agrícolas.
Segundo dados da SSP (Secretaria da Segurança Pública de São Paulo), nesse ano, até junho, foram 3.169 roubos de carga no Estado, alta de 7,6% na comparação com o mesmo período de 2020, quando foram contabilizadas 2.945 ocorrências.
No combate a esses crimes, transportadores e embarcadores apostam na modernidade. As iscas eletrônicas, por exemplo, são dispositivos pequenos, discretos e que não dependem da instalação de fios ou cabos para funcionar. Alimentadas por baterias internas, são alocadas diretamente na carga, gerando seu posicionamento independentemente da situação do rastreador do veículo.
Para Bruno Kauffman, gerente de negócios da Omnilink, empresa de soluções de inteligência embarcada para localização de veículos de transporte e gestão de risco de cargas, hoje os equipamentos de rastreamento viraram item obrigatório.
“No caso específico da isca eletrônica, que é uma evolução no setor, temos um equipamento compacto, de alta durabilidade de bateria, que pode ser instalado dentro de uma caixa, por exemplo, e que funciona durante 30 dias, reportando posição. Dessa forma, fica mais fácil recuperar uma carga e pegar os criminosos, desde aqueles que praticaram a ação inicial até os receptadores”, afirma.
Para o executivo, a evolução da segurança é um caminho sem volta. “Hoje esses aparelhos são muito bem observados pelo mercado. As companhias de seguro já exigem a isca móvel em muitos casos, além do equipamento fixo no caminhão, porque é importante e chega até a substituir a escolta armada”.
No caso da Omnilink, as iscas eletrônicas contam com comunicação GPRS, posicionamento GPRS e LBS + rádiofrequência. Elas podem ser de dois tipos: retornáveis, para operações nas quais é possível a recuperação após a entrega, ou descartáveis, ou seja, encerradas no destino.
No último dia 14, por meio de uma das iscas da Omnilink, sete criminosos foram presos em Cristalina (GO), e 100% de uma carga de produtos alimentícios acabou recuperada.
Fonte: Bem Paraná
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